terça-feira, 22 de março de 2011

Rainha Vitória

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Vitória do Reino Unido (Londres, 24 de Maio de 1819 – East Cowes, 22 de Janeiro de 1901), oriunda da Casa de Hanôver, foi rainha do Reino Unido de 1837 até a morte, sucedendo ao tio, o rei Guilherme IV. A incorporação da Índia ao Império Britânico em 1877 conferiu a Vitória o título de Imperadora da Índia.
O reinado de Vitória foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Este período foi marcado pela revolução Industrial e por grandes mudanças nos níveis económico, político, cultural e social.


 Antecedentes


Em 1817, a princesa Carlota Augusta de Gales morreu ao dar à luz um natimorto, causando uma crise de sucessão no Reino Unido. Carlota era a única filha do Príncipe Regente (futuro Jorge IV, filho mais velho de Jorge III do Reino Unido, que agia como regente devido à doença do pai) e da esposa renegada, Carolina de Brunswick. O nascimento fora tido como milagroso visto que alegadamente os pais não tinham tido relações sexuais mais de três vezes durante o casamento, daí que o nascimento de um eventual outro filho do príncipe Jorge fosse, no mínimo, improvável.
Assim, a linha directa de sucessão ao trono britânico foi subitamente extinta. Jorge III tinha 12 filhos, mas nenhum neto legítimo que pudesse herdar a coroa. As cinco filhas eram solteiras ou estéreis e nenhum dos filhos era casado, à excepção do segundo, Frederico, Duque de York, que também não tinha filhos.
Este acontecimento provocou uma "corrida" ao casamento por parte dos príncipes solteiros. O terceiro filho, Guilherme, Duque de Clarence casou com a Princesa Adelaide de Saxe-Meiningen. Deste matrimónio resultaram duas filhas, Carlota (1819) e Isabel (1820), ambas mortas antes dos dois anos, e vários abortos espontâneos, o último de gémeos em 1821, depois do qual se tornou óbvio que não teriam mais filhos.
O quarto filho do Jorge III, Eduardo, Duque de Kent casou por sua vez com Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, viúva do duque de Leiningen e mãe de dois filhos, Carlos e Feodora, que era também irmã de Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gota, viúvo da Princesa Carlota Augusta. Deste casamento nasceu em 1819 uma menina, baptizada Alexandrina Vitória. Depois das sucessivas mortes das primas Clarence, do pai apenas alguns meses depois e já em 1830 de Jorge IV, Vitória tornou-se herdeira presuntiva do trono britânico.


Primeiros anos


Vitória era filha do príncipe Eduardo, Duque de Kent e da princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, sendo neta do rei Jorge III do Reino Unido por parte do pai. Baptizada com o nome Alexandrina Vitória, a família tratava-a informalmente como Drina. A então princesa Vitória de Kent tornou-se politicamente relevante com a morte em 1830 do tio Jorge IV, sucedido por Guilherme IV também sem filhos. Em 1837 sucedeu a Guilherme IV no Reino Unido, mas não em Hanôver onde vigorava a lei sálica que não permite que mulheres ascendam ao trono.Era descrita como ruiva e com marcantes olhos azuis.


Casamento e descendência


Conta-se que Vitória estava apaixonada pelo primo, o príncipe Albert de Saxe-Coburgo-Gota, e assim tomou a iniciativa de pedi-lo em casamento (visto que na época, ninguém poderia fazer tal pedido a uma rainha). Ele aceitou. Foi a primeira vez que se teve notícias de alguém casar por amor. Vitória era ousada e acrescentou ao traje nupcial algo proibido para uma rainha na época - um véu. Nascia aí um costume que atravessaria o tempo e daria a Vitória o reconhecimento de trazer para a nossa época o amor, para unir um homem e uma mulher.


Em 10 de Fevereiro de 1840, Vitória casou-se com o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, o primo-irmão. Da união nasceram os seguintes filhos:Vitória, Princesa Real do Reino Unido
Eduardo VII do Reino Unido
Princesa Alice do Reino Unido
Alfredo, Duque de Saxe-Coburgo-Gota
Princesa Helena do Reino Unido
Cristiano de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Augustenburg
Princesa Luísa do Reino Unido
John Douglas Sutherland Campbell
Príncipe Artur, Duque de Connaught e Strathearn
Princesa Luísa Margarida da Prússia
Príncipe Leopoldo, Duque de Albany
Princesa Helena de Waldeck e Pyrmont
Princesa Beatriz do Reino Unido


Hemofilia


Vitória foi a primeira transportadora conhecida de hemofilia na realeza. Uma vez que os seus ascendentes não eram hemofílicos, ela foi muito possivelmente um exemplo de mutação espontânea, que representa cerca de 30% do total de hemofilia A e 20% de hemofilia B. O aparecimento súbito de hemofilia nos seus descendentes levou a sugestões de que seu pai verdadeiro não era o Duque de Kent, mas um hemofílico. Essa crença é julgada pelos geneticistas, que consideram que é mais provável que a mutação surgiu porque o pai da rainha Vitória era idoso (a hemofilia surge com maior frequência em crianças filhas de pais mais velhos). Não há provas documentais de que um homem hemofílico se tenha relacionado com a mãe de Vitória, bem como que os transportadores do sexo masculino sempre sofreram da doença; mesmo se esse homem tivesse existido teria sido gravemente doente. Tudo indica que a rainha Vitória passou o gene da hemofilia para os seus filhos e netos, como um exemplo Alexei Nikolaevich Romanov bisneto de Vitória.




 Viuvez de Vitória

A Real Ordem de Vitória e AlbertoO príncipe consorte morreu de febre tifóide em 14 de dezembro de 1861, devido às precárias condições sanitárias do Castelo de Windsor. Sua morte devastou Vitória, que ainda estava abalada pela morte da sua mãe Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, em março daquele mesmo ano. Vitória estava profundamente ligada ao seu marido e ela caiu em depressão depois de ele morrer, com apenas 42 anos, pois ela havia perdido um marido dedicado e seu principal conselheiro confiável em assuntos de Estado. Ela guardou luto e usou preto até o fim de sua vida. Ela evitou aparições públicas e raramente pôs os pés em Londres, no ano seguinte. Sua solidão lhe valeu o nome de "Viúva de Windsor". No ano seguinte ela criou a Real Ordem de Vitória e Alberto para reverenciar seu casamento e seu falecido marido, o Príncipe Alberto.
Até o final de 1860, ela raramente aparece em público, embora ela nunca negligenciasse sua correspondência oficial, e continuou a dar audiências a seus ministros e os visitantes oficiais, ela estava relutante em retomar uma plena vida pública.


Morte e sucessão


O Commons possui multimídias sobre Vitória do Reino UnidoSeguindo um costume que manteve ao longo de sua viuvez, Vitória passou o Natal de 1900 na Osborne House, na Ilha de Wight. Morreu lá, devido à degradação da sua saúde, na terça-feira, dia 22 de janeiro de 1901, às seis e meia da noite, com 81 anos de idade. No leito da sua morte, ela estava acompanhada de seu filho, o futuro rei Eduardo VII, e seu neto mais velho, o imperador alemão Guilherme II.
Como ela desejava, seus próprios filhos ergueram o caixão. Ela estava vestida com um vestido branco e o véu do casamento. Seu funeral foi realizado no sábado, 2 de fevereiro, e após dois dias, ela foi enterrada ao lado do Príncipe Albeto no Mausoléu Frogmore, no Windsor Great Park.
Vitória já reinava há 63 anos, sete meses e dois dias, o mais longo reinado de uma monarca britânico até então, tendo ultrapassado o seu avô, Jorge III.
A morte de Vitória pôs fim ao poder da Casa de Hanôver no Reino Unido. Como o marido dela pertencia à Casa de Saxe-Coburgo-Gota, seu filho e herdeiro Eduardo VII foi o primeiro monarca britânico desta nova casa.


Ficheiro:Princess Louise 1870.jpg Sexta Filha da Rainha Vitória, considerada a mais bela pelos Biográfos.

Ficheiro:Queen Victoria Golden Jubilee.jpg Rainha Vitória Idosa

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